O que aprendemos com o PIBID?
- João Pedro dos Santos
- 9 de mar. de 2022
- 6 min de leitura
Aline Gonçalves de Oliveira
Quando comecei minha graduação de Pedagogia, um dos grandes desafios pessoais dos quais me tiravam o sono, um era como a Aline poderia adentrar no universo infantil e dialogar com esses sujeitos de forma a ensinar-lhes alguma coisa. Eu sempre gostei muito de conversar, ensinar e compartilhar experiências, mas até então com adultos, e a ideia de construir pontes e vivências com crianças se resumia ao meu núcleo familiar.
É em meio a essa e outras tantas incertezas e inseguranças que dentro da minha graduação eu tive a oportunidade de participar do Pibid, a proposta dentro do contexto remoto foi despertando em mim possibilidades e características até então desconhecidas ou adormecidas. O programa me permitiu me fantasiar para contar histórias, me possibilitou me preparar para dar uma dinâmica, fez com que eu estudasse a teoria e pudesse refleti-la na prática.
Estes foram alguns dos aprendizados mais importantes que o Pibid me possibilitou, eu pude aprender a ser uma profissional professora muito mais divertida, dinâmica. lúdica, criativa e resiliente, afinal em meio a tantos desafios que a educação nos coloca a prova, não desistir e se reinventar é quase que característica fundamental de todo educador.
Carolina Manzela Toledo Matos
Pode até existir uma dúvida sobre a aprendizagem com o Pibid, mas essa dúvida é sanada logo de início, ao fazer parte desse projeto tão enriquecedor. Afirmo que sim, aprendi e continuo aprendendo com o Pibid diariamente, além disso, mais que aprender, acredito que a participação nesse Programa tem colaborado de forma efetiva a me encontrar como profissional, ou futura profissional da área da educação.
Foi através do Pibid que tive meu primeiro contato com a tão sonhada e tão falada prática, que mesmo andando junto com a teoria, nos capacita a aprender mais e colocar todo o processo de aprendizagem, enquanto docente em formação, na verdadeira linha de frente. A teoria sempre é muito bonita, mas nada como vê-la se tornando real e entender que realmente, a práxis na educação, no processo de ensino-aprendizagem pode fazer toda a diferença, não só na vida do aluno, como também na vida profissional em que estamos ainda tecendo.
Como nos aponta Tardif (2000) em seu artigo “Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério”, em um dos textos que fizemos estudos autônomos durante as férias escolares dos alunos, o profissional também está constantemente em formação, desde quando aluno em tenra idade, até na atuação docente, onde a construção pessoal de cada um, irá influenciar completamente na atuação deste como pessoa e como professor, profissional da educação.
Todo o nosso processo de vida fica registrado e faz parte da pessoa que somos hoje e na vida profissional não é diferente. Precisamos continuar buscando a capacitação constante, de forma continuada e esse processo de formação, tanto pessoal como profissional, continuará sendo construído e cada vez mais solidificado em nossa práxis, sendo que o início foi realmente tecido pelo Pibid. Aprendo com os alunos, com meus erros e acertos, com os demais colegas pibidianos, com a atuação da coordenadora do Programa, enfim, o aprendizado é constante e diário.
Andreina Meirielle
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) nos oferece grandes oportunidades e experiências relacionadas à docência. Durante esse processo, aprendemos a necessidade de nos firmar e reafirmar como professores, visto que é uma profissão política que requer resiliência e acima de tudo pesquisa. Tardif e Raymond (2010) discorrem que o ser docente é um sujeito forte:
Ele é um “sujeito existencial” no sentido forte da tradição fenomenológica e hermenêutica, isto é, um “serno-mundo”, uma pessoa completa, com seu corpo, suas emoções, sua linguagem, seu relacionamento com os outros e consigo mesmo. Ele é uma pessoa comprometida em e por sua própria história – pessoal, familiar, escolar, social – que lhe proporciona um lastro de certezas a partir das quais ele compreende e interpreta as novas situações que o afetam e constrói, por meio de suas próprias ações, a continuação de sua história (p. 235).
Aprendemos também que a criança é um ser de direitos e que devemos garanti-los. Inclusive, a importância de deixá-las serem crianças. O papel lúdico do professor no processo de ensino e aprendizagem requer cuidado, planejamento e objetivos, enxergando seus alunos com sensibilidade. Assim, entendendo que uma criança não é como um adulto. Damazio (1991, p.24-6) relata que “toda nossa prática vai no sentido de transformar a criança no adulto e, pior, no adulto que já somos, que idealizamos e que desejamos”. Porém, o que mais fizemos no PIBID, enquanto bolsistas, foi respeitar a individualidade, tempo e vontade de cada criança.
Letícia dos Santos Pereira
Quando comecei o Pibid no final do ano de 2020, por recomendações de colegas da faculdade, as expectativas eram grandes e o “frio na barriga” também. Começar algo novo sempre gera desconforto, pois envolve sairmos da nossa zona de familiaridade, e isso gera certo nervosismo, principalmente por não termos certeza do que nos espera – se nossas expectativas serão atendidas, se vamos gostar ou nos adaptar.
Posso dizer hoje que valeu a pena, cada aprendizado, colaboração e oportunidades que Pibid nos deu, permitiu que amadurecêssemos como pessoas e futuras(os) professoras(os). Desde nossas oficinas feitas para as crianças, as escritas reflexivas – para o diário e para submissão de trabalho – nos proporcionaram fazermos coisas que talvez a graduação em si não abarcasse. Este tempo no programa e a experiência do contato com as escolas da rede pública no período de pandemia, mesmo que por meio de câmeras e microfones, fizeram com que desenvolvêssemos estratégias de ensino e buscássemos recursos de mídia para diminuirmos a impessoalidade e o sentimento de distância que as telas nos geram.
Participar de momentos de planejamento, roteirização e organização de materiais para a execução das oficinas e escritas para eventos acadêmicos, nos levou a potencializar os saberes já trabalhados em outras disciplinas, ao passo que permitiu que tivéssemos acesso ao processo de trabalho do professor, que não tem início na sala de aula, mas sim no seu preparo e planejamento para a execução de um bom trabalho em sala, tendo culminância com os alunos e na auto avaliação de si e de seu trabalho.
O Pibid é importante para as universidades e para as escolas. Promove a valorização do professor, do graduando e dos alunos nas escolas. Todos ganham em aprendizado um com o outro e é criado o elo entre escolas e universidades, onde um para afim de ouvir os outros e socializar os saberes adquiridos nestes diferentes espaços, superando barreiras que tornam a graduação distante das realidades nas escolas.
Dayane Nara Almeida Soares
Um dos grandes aprendizados com o programa foi o de primeiro contato com a sala de aula, pois é possível desenvolver certas práticas que sem o programa seria muito mais complexo de desenvolver enquanto estudante.
No começo do processo ficamos perdidos com todas as informações a serem trabalhadas, mas com o contato frequente com as turmas por meio de nossas oficinas e reuniões criamos destreza e estruturas de como nos portar diante dos alunos e todos presentes, além do aprendizado de desenvolvimento das atividades a serem postas para a turma. Podemos aprender com os aspectos dos alunos no decorrer do aprendizado deles e nossos, a também o aprendizado desde o início de nossa formação de como estudar, desenvolver, aplicar e retrabalhar materiais, informações normativas, livros e conteúdos em sala assim como experienciar aquilo que já foi aprendido pelos alunos. Tornando esse contato algo enriquecedor para nós discentes.
Um aspecto muito pertinente a ser posto é o aprendizado mútuo da troca de experiência, pois temos ali dentro de todo o processo a troca constante das experiências de todas(os). Temos diariamente experiências profissionais das professoras e coordenadoras, das demais integrantes do PIBID que já vivenciaram experiências, assim como dito por Paulo Freire,
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”
Acredito que esta frase resume nosso agrupamento de saberes, pois a cada dia, a cada “pibidiana(a)” como nós chamamos no dia a dia, aprendemos, vivemos, criamos e somos as experiências do PIBID. Algo tão enriquecedor para nosso currículo, para nossa profissão e para nossas vidas.
Tatiane Letícia Maia
No final do ano de 2020 entrei no PIBID ( Programa de Iniciação de Bolsas à Docência). Desde o primeiro encontro virtual, me senti acolhida e sabia que essa escolha iria mudar a forma em que eu me via na docência. Neste sentido, ao decorrer do programa, desenvolvi escritas reflexivas que foram publicadas nos anais da Universidade do Estado de Minas Gerais e na Revista Ponte. Foi uma oportunidade incrível, visto que, é de suma importância que o discente em formação tenha experiências que agreguem em seu conhecimento.
Com orientação das professoras Janaína da Conceição e Thatiane Ruas, as oficinas planejadas e desenvolvidas pelos pibidianos foram momentos de aprendizado com muita diversão. As crianças gostavam de participar e contribuir com suas vivências através das atividades propostas. Para mim, esta experiência me fez ter um olhar mais humano sobre os sujeitos.
O PIBID desenvolvia muitos trabalhos. Dessa forma, me ofereci para ficar responsável pelo Instagram com mais duas colegas, assim criando posts, vídeos, stories para a interação de todas integrantes e para divulgação dos nossos trabalhos no subprojeto.
Portanto, só tenho a agradecer por ter tido essa oportunidade. Para mim, as ações que fizemos contribuíram de forma significativa para a minha prática docente, uma vez que não existe prática sem a teoria, que no PIBID isto é sempre evidenciado.
BIBLIOGRAFIA
DAMAZIO, Reinaldo Luiz. O que é criança: Brasiliense, 1991
TARDIF, Maurice e Raymond, Danielle. Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério. Educação & Sociedade [online]. 2000, v. 21, n. 73 [Acessado 26 Janeiro2022], pp. 209-244.
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